Painéis em evento realizado em Santa Catarina discutiram investimento-anjo e aceleração

Via Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

Empreendedores participam de debate no 8° Meetup do Startup-SC, em Joinville (Foto: Divulgação)

Empreendedores participam de debate no 8° Meetup do Startup-SC, em Joinville (Foto: Divulgação)

 

Com o fortalecimento do ecossistema de startups no país, vem se tornando mais difícil conseguir um investimento-anjo sem mostrar aos investidores pelo menos um protótipo da ideia ou até o serviço já funcionando, com clientes e faturamento. Mas a boa notícia para os empreendedores ainda na fase da ideia é que ainda existe espaço para o investimento-anjo logo no início.

Quem dá as dicas é Marcelo Amorim, sócio da Jacard Investimentos. Amorim participou do painel “O que interessa para um investidor quando você apresenta sua startup e o que muda em uma startup após receber investimento”, durante o 8° Meetup do Startup-SC, realizado nesta quinta-feira (28/05), em Joinville. O Startup-SC é um projeto do Sebrae de Santa Catarina.

Além de Marcelo Amorim, o painel contou com a participação de Guilherme Reitz, cofundador e CEO do Axado, um sistema online para empresas e pessoas físicas compararem preços de fretes de mercadorias no Brasil. Amorim foi o investidor-anjo do Axado. O debate foi mediado por Renata Leal, editora de Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Veja abaixo os seis critérios:

– Existe um problema – Qual é o problema que sua ideia resolve? Como você vai resolver as dores do seu cliente em uma questão específica? Para ter valor, a ideia do negócio precisa oferecer uma boa solução.

– Solução – A solução é exatamente o segundo ponto. É preciso resolver o problema do cliente de forma eficiente. Não é necessário ser extremamente criativo, mas alternativas inovadoras ganham pontos e costumam chamar mais atenção dos investidores e do mercado.

– Por que a solução é diferente das outras no mercado (diferencial) – Neste ponto entram os diferenciais competitivos do produto ou do serviço. Como ele se diferencia das alternativas que já existem no mercado? Quem são os concorrentes diretos? E os indiretos?

– Empreendedores – Ter um bom time é fundamental, sobretudo em uma startup que ainda está em fase muito inicial, baseada em uma ideia. Os investidores observam formações complementares e equipes com experiência para tocar o projeto. A máxima de que mais vale um time bom com uma ideia mediana do que uma ideia excelente com um time medíocre continua valendo.

– Tamanho do mercado – De olho no retorno que buscam do investimento, os investidores estão atentos ao mercado em que o produto ou serviço será oferecido. Uma solução sem poder de escala terá menos chances de receber suporte financeiro.

– Quanto esse empreendimento pode crescer – O fator escalável é outro determinante para o negócio receber investimento. Algo muito local ou com público restrito tem menos chances, pois não oferecerá o retorno esperado pelo investidor.

Não há um peso exato para cada fator analisado, mas Marcelo Amorim, que hoje investe em sete startups, aponta a resolução do problema, o mercado e a equipe como os três essenciais.

Ainda durante o 8° Meetup do Startup-SC, outro painel discutiu a participação de três startups catarinenses em processos de aceleração da 500 Startups, uma das principais aceleradoras do mundo, no Vale do Silício (EUA). Vinicius Roveda, da ContaAzul, Marcos Buson, da PinMyPet, e Elton Miranda, da Contentools, dividiram com a plateia de aproximadamente 400 pessoas um pouco de sua experiência internacional. As startups passaram por momentos diferentes na aceleradora.

A ContaAzul, a primeira a ir ao Vale do Silício, mudou seu negócio durante o processo de aceleração (pivotou). A PinMyPet formatou o mercado para o seu produto de rastreamento e cuidados com animais domésticos, e a Contentools, que acabou nesta semana a aceleração, aproveitou o momento para internacionalizar o negócio e ganhar ainda mais tração.