Via Revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios

 

Dados foram apresentados durante evento em São Paulo

 

Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil, durante o CIA 2015 (Foto: Tramma Fotografia)

Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil, durante o CIA 2015 (Foto: Tramma Fotografia)

 

Os investidores-anjo brasileiros não pretendem mudar seus investimentos diante das turbulências na economia nacional neste momento. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Anjos do Brasil e pelo Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios (CENN) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e apresentada durante o Congresso de Investimento Anjo da Anjos do Brasil (CIA 2015), realizado nesta quarta-feira (24/6), em São Paulo. O estudo analisou a relação entre a crise e o interesse dos investidores. “O investimento-anjo no Brasil tem um pouco do espírito de startup, de também adaptar o que é necessário no caminho”, diz Cassio Spina, presidente da Anjos do Brasil.

 

A pesquisa contou com respostas de investidores que têm em média 44,3 anos e fizeram seu primeiro aporte de capital aos 38,4 anos. Em sua carteira de startups, os investidores que participaram do estudo têm, em média, 3,4 empresas. Quando perguntados sobre onde pretendem colocar seu capital neste ano e em 2016, 30% dos participantes responderam que querem manter ou aumentar o investimento-anjo; cerca de 7% pensam em comprar imóveis; 3% vão comprar moedas estrangeiras; 1% farão investimentos no exterior e 14% vão aplicar em fundos de renda fixa, CDBs e Tesouro Direto.

 

Investidores com experiência empreendedora ou profissionais liberais executiva tendem mais a manter os investimentos no capital anjo do que os investidores com experiência executiva. O número de investimentos feitos pelo investidor não afeta a vontade de aportar capital em startups em um momento de crise.

 

Tendências
O painel sobre novos modelos de investimento apontou que o crowdfundiing está em alta no mercado brasileiro, tanto para o financiamento coletivo mais tradicional quanto o equity crowdfunding, com pequenos aportes feitos em troca de participação nas empresas. Além disso, o corporate venture, ou o capital investido por empresas, também começa a ganhar no Brasil a relevância já alcançada no exterior. No país, a Embraer é uma das poucas companhias que já faz isso.

 

Coinvestimentos com o poder público
Outra tendência discutida no congresso é o coinvestimento realizado por anjos e por órgãos públicos. A boa notícia é que o Sebrae já estuda criar um fundo combinado e para isso aposta que os negócios que receberem investimento abrirão novos postos de trabalho qualificado e gerarão receita em arrecadação de impostos. O fundo está em discussão na esfera federal e ainda não tem uma data exata para sair do papel.