Via Endeavor

 

 

Quais são os fatores mais importantes para o desenvolvimento do ambiente empreendedor das capitais brasileiras? Em que áreas gestores públicos e organizações de fomento deveriam focar esforços para impulsionar o crescimento de empresas? Como ajudar empreendedores a escolher a cidade com as melhores condições para seu negócio? 

 

Essas são algumas das perguntas que o Índice de Cidades Empreendedoras (ICE) pretende responder. Lançado pela Endeavor Brasil , o estudo traz uma verdadeira radiografia sobre o potencial do ambiente empreendedor de 14 capitais brasileiras. O objetivo do estudo é “aprimorar o debate sobre o fomento ao empreendedorismo no Brasil”, afirma Juliano Seabra, diretor geral da Endeavor. O Índice de Cidades Empreendedoras é baseado em metodologias internacionais e analisou mais de 50 indicadores, divididos em sete pilares: ambiente regulatório, acesso a capital, mercado, inovação, infraestrutura, capital humano e cultura empreendedora.

 

A capital do empreendedorismo

 

Quem lidera o ICE 2014 é Florianópolis. O segredo está no planejamento. Há 30 anos, a capital catarinense, uma região com poucas empresas até então, provavelmente não imaginaria atingir um resultado tão expressivo. O estudo mostra que os investimentos em educação e inovação, que começaram com a criação da Universidade Federal de Santa Catarina, trazem resultados concretos no longo prazo, partindo da ideia de que as universidades e empresas devem estar o mais conectadas possível. O desafio de Florianópolis é oposto ao da segunda colocada, São Paulo: garantir para as empresas locais um grande mercado consumidor.

 

O centro econômico do país

 

A força e o dinamismo da economia da cidade de São Paulo garantem a ela a segunda posição no índice final. A cidade com mais primeiros lugares lidera nos determinantes de mercado, acesso a capital e inovação. Dinheiro não falta na capital paulista: São Paulo têm o 10º maior PIB do mundo, lá estão 60% dos investimentos em capital de risco país e o Estado é o que mais gasta em inovação, 4,5% do orçamento  anual. Por outro lado, garantir educação de alto nível para a população, custos mais acessíveis e boa qualidade de vida são alguns exemplos das áreas críticas da cidade.

 

A força e o dinamismo da economia da cidade de São Paulo garantem a ela a segunda posição no índice final.

 

A importância do foco em aspectos chave

 

Vitória e Curitiba estão, respectivamente, na terceira e quarta posições do ICE 2014. Essas cidades ocupam as primeiras posições em dois dos indicadores com mais peso no estudo – a capital paranaense em infraestrutura e a capixaba, em capital humano. Apesar de não serem grandes destaques em muitos dos indicadores analisados, apresentam resultados sólidos na maioria deles, o que também garante à elas os primeiros lugares no índice final. A distância para Florianópolis e São Paulo está no alto nível alcançado pelas líderes em diversos aspectos.

 

O Norte-Nordeste conta com a cultura empreendedora

 

para crescer As regiões norte e nordeste, que apresentam desempenhos inferiores na maioria dos indicadores, tem duas grandes vantagens que podem ajudar empreendedores a crescer: uma cultura muito forte e favorável ao empreendedorismo e um crescimento econômico robusto. Se essas cidades souberem aproveitar esse momento para criar condições melhores para empreender, o reflexo deverá ser visto nos outros indicadores no futuro. 

 

O diferencial está no planejamento

 

Todas tem pontos positivos e muitos desafios pela frente. O segredo está no planejamento. No curto prazo, as cidades provavelmente teriam mais facilidade em melhorar a burocracia, corrigir volumes de investimento e garantir resultados mais efetivos no incentivo à inovação. Por outro lado, aspectos de cultura e capital humano são mais difíceis de transformar e precisam de mais tempo para serem trabalhados. Embora seja tentador concentrar esforços em aspectos que apresentem resultados rápidos, um bom planejamento requer uma visão de longo prazo, como mostra Florianópolis.