Via Exame
Premiação do Startup One em novembro de 2014: essa foi a primeira edição em parceria com a Babson College
Várias startups foram criadas durante a faculdade ou durante uma especialização. Geralmente, essas ideias surgem pela iniciativa dos próprios estudantes, que depois buscam apoio na estrutura que a instituição oferece.
A Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap) percebeu a tendência e resolveu reverter esse processo: agora, desenvolver uma startup se tornou um requisito para ser aprovado. A instituição de ensino trocou a típica monografia da graduação e dos MBAs pelo Startup One, projeto em que o aluno cria sua própriaideia de negócio.
“Os alunos têm a capacidade de fazer projetos que transcendem a sala de aula e que podem resolver problemas. É muito legal poder fazer coisas reais, com poucos recursos, que impactem a vida das pessoas e das empresas por meio da tecnologia”, explica Cláudio Carvajal, coordenador do curso de administração.
Histórico
O piloto da iniciativa foi lançado em 2013, apenas na área de pós-graduação, mas ainda era preciso dar mais incetivo para que os alunos aproveitassem esse projeto universitário para dar início a uma empresa de verdade, explica Carvajal. Por isso, no ano seguinte, foi instituído um prêmio para o melhor projeto: um curso intensivo de uma semana na Babson College, escola de empreendedorismo nos Estados Unidos. A primeira premiação nesse modelo foi em novembro de 2014 (veja a foto acima).
“Todos os alunos da Fiap concorreram e tivemos um feedback bem melhor do que em 2013. Houve um amadurecimento dos projetos e estamos construindo uma cultura de empreendedorismo na graduação”, diz Carvajal.
Como funciona
O Startup One tem duas edições por ano para o MBA e uma edição por ano para a graduação (com seleções separadas). No MBA, o projeto está em sua terceira edição em parceria com a Babson. Já na graduação, este é o primeiro ano em que há o Startup One. São seis etapas por edição. As primeiras três são “Tools & Methods” (definição do projeto da startup e estudo de metodologias e competências), “Prototype & Packing” (o projeto é montado e finalizado para a apresentação) e “Hall of Honor” (avaliação e definição dos dez melhores projetos).
Os selecionados passam por uma mentoria de pitch, chamada de “Pitch Training”. Depois, há a apresentação dos projetos para uma banca de empresários, investidores, parceiros e convidados da área de tecnologia (“Pitch Sessions”). “Em São Paulo, existe um ecossistema com uma série de players que podem ajudar o empreendedor. Nós queríamos trazê-los para dentro da Fiap”, diz Carvajal.
Na última fase, chamada “Startup Award”, o melhor projeto é divulgado e há a cerimônia de premiação. Não há a promessa de um aporte financeiro, mas a faculdade afirma que oferece suporte na apresentação e posterior contato com possíveis investidores. Veja quais foram as startups selecionadas para cada edição no site.
Hoje, há alunos que vão para a faculdade por causa dessa iniciativa empreendedora, afirma Carvajal. “No início, a Fiap talvez tenha convidado os alunos. Hoje, se a gente não fizer o concurso, o aluno cobra. O apoio ao projeto está bem dividido entre alunos e professores”.
Depois que as startups são criadas e os alunos se formam, há um espaço de co-working gratuito para que eles possam tocar o projeto. O ambiente é destinado tanto para alunos e ex-alunos quanto ao público em geral. A ideia é que o espaço de troca de ideias possa ajudar os estudantes a desenvolverem as startups. “Apesar de termos um professor responsável por cada projeto, toda ajuda é bem-vinda. Sempre estamos com as portas abertas”.