Via: Zero Hora

 

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Movidas pela oferta e procura de investidores e influenciadas por uma série de fatores econômicos, sociais e políticos, as bolsas de valores compõem um gigantesco mercado mundial de compra e venda de papéis que constroem e arruinam fortunas diariamente. No Brasil, a Bovespa, por exemplo, movimentou R$ 184,3 bilhões apenas no mês de setembro, uma média diária de R$ 8,3 bi. Ainda restrita a uma pequena parcela da população, ela é pouco compreendida por causa das oscilações, atribuídas muitas vezes à especulação. Mas por que, afinal, a bolsa sobe e desce tanto e afeta, entre outras coisas, a cotação do dólar?

Segundo Daniel Rosa Rezende, da Messem Investimentos, corretora que lida com cerca de 5 mil empreendedores estrangeiros, são duas análises diferentes: a curto e a longo prazo. Na primeira, são levadas em conta em conta questões macroeconômicas (expansão da atividade, mudanças na administração das moedas, política de juro etc.), ligadas principalmente ao Brasil), à Europa, à China e aos Estados Unidos. Na segundas, as microeconômicas — concorrência entre de empresas, desempenho específico de um setores significativos da economia, fusões e, entre outros fatores, o momento político do país. Por isso, de acordo com ele, a Bovespa parece uma montanha-russa nas últimas semanas:

— O movimento da bolsa brasileira agora está puramente eleitoral. O gringo que investe em nações emergentes quer um porto seguro. Ele não tem partido, filosofia e ideologia. Para ele, quanto mais livre o mercado, melhor.

Quando a Bovespa está em queda, a tendência é de elevação no preço do dólar, já que o índice no vermelho costuma ser acompanhado por uma fuga de capital do Brasil para mercados como México, Peru e Chile. Por lei, os papéis vendidos aqui são pagos em reais. Em momentos de baixa, quem pretende adquirir ativos em outras bolsas precisa convertê-los em dólares. Com a grande procura e uma oferta limitada, a moeda americana se valoriza e fica mais cara.

Na análise de longo prazo, o que determina a alta ou a baixa de uma ação, conforme Rezende, é o desempenho da empresa. Ou seja, se ela cumpre o que promete aos acionistas e se tem uma boa gestão corporativa.

— Não se pode colocar o dinheiro num papel e esquecer. Tem de acompanhar a empresa e ver o cenário em que ela está inserida. O fundamento da bolsa é o lucro, é o que realmente interessa. Uma companhia com lucros e bons resultados vai subir no índice — explica.

Para ilustrar melhor o raciocínio, Rezende fala da Petrobras. Dados da Economatica apontam que entre todas as empresas de capital aberto da América Latina e Estados Unidos com valor de mercado acima de US$ 100 bilhões, a estatal foi a única com queda do preço das ações e valor de mercado entre 31 de dezembro de 2010 e 26 de setembro de 2014. Por maior e mais sólida que seja uma empresa ela também pode ter problemas. O investidor precisa acompanhar de perto os investimentos para saber onde pisa.