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Depois das fintechs, é a vez das lawtechs. Já ouviu falar num robô chamado Ross? Ele foi definido como o primeiro advogado “formado” com base em inteligência artificial. Na realidade, trata-se de uma máquina poderosa, que utiliza a rapidez, a lógica, a eficiência e o extraordinário banco de dados do supercomputador Watson, da IBM, para analisar e julgar ações legais. Já está em atividade desde o primeiro semestre deste ano no escritório da Baker & Hostetler, de Nova York.

É – ou pode se tornar – uma tendência? Muito provável. De acordo com o Financial Times e o Daily Mail, grandes firmas e conhecidos fundos de investimentos estão despejando grandes volumes de recursos nas lawtechs – e um estudo da consultoria Deloitte sugeriu que essa nova tecnologia eliminará, nos próximos 20 anos, cerca de 114 mil empregos no setor jurídico do Reino Unido.

No Brasil, mesmo que parcial ou gradual, a automação do Judiciário parece fazer sentido. “O Conselho Nacional de Justiça acabou de divulgar o relatório Justiça em Números 2016. (…) Sem considerar o Supremo Tribunal Federal, se nenhuma nova ação tivesse sido impetrada este ano, a Justiça brasileira levaria três anos para zerar o estoque de processos pendentes de decisão. Estamos falando de um saldo de 74 milhões de processos, número que só aumenta desde 2009”, justifica Bruno Feigelson, advogado e CEO da lawtech Sem Processo, uma “plataforma que torna as negociações com as empresas muito mais simples, sem necessidade de recorrer ao Judiciário”.

De acordo com Feigelson, o País “é o primeiro do mundo em gasto percentual do seu PIB com o Judiciário, o que mais forma bacharéis de Direito e um dos que conta com o maior número de advogados do planeta”. Em meio a uma realidade em que tudo – da política às relações matrimoniais, de um olhar de soslaio a um mandato presidencial – pode se judicializar, Ross e Cia. serão muitíssimo bem-vindos.


Ricardo Largman, jornalista formado pela PUC-RJ em 1982, é crítico de cinema, consultor de Comunicação e assessor de Imprensa do Instituto IBMEC.