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Por força do hábito ou pelo dever de ofício, meus amigos jornalistas – que não são poucos – têm sugerido de forma recorrente aos participantes de seus perfis e grupos de discussão para, antes de compartilharem conteúdos nas redes sociais, confirmarem a veracidade dos mesmos. Em vão. Pelo menos em relação ao Facebook. Recentíssimo levantamento do portal de notícias e entretenimento BuzzFeed garante que os “hoaxes”, histórias falsas publicadas na internet, voltaram a crescer no mundo – e também no Brasil.
Não que o Facebook tenha ignorado a expansão dos compartilhamentos, comentários e curtidas das farsas em sua plataforma. Ao contrário, a rede investiu pesado em medidas contra sites que usam e abusam de fraudes para aumentar o seu tráfego e a sua audiência. Medidas insuficientes, aponta o BuzzFeed. Realizada a partir de alguns dos maiores sites norte-americanos das chamadas “fake news”, como a Huzlers, o National Report e o Empire News, a pesquisa revela que o número de “hoaxes” estava caindo até o final de 2015, mas voltou a subir nos primeiros meses deste ano: de 435 engajamentos médios por post no ano passado para 828 em janeiro, e 1.305, em fevereiro. “É a idade de ouro das notícias falsas”, define o BuzzFeed.
E o Facebook não é a única rede social afetada pelas mentiras digitais: de acordo com um estudo (de 2015) da Georgia Institute of Technology, quase um quarto de tudo o circula no Twitter não tem credibilidade alguma. Mas nós – usuários sérios e honestos – podemos fazer algo a respeito, como explicou um interlocutor do Facebook ao jornal Folha de S.Paulo: “Dependemos de nossa comunidade para denunciar conteúdos que possam ter ferido nossas políticas. Conteúdos reportados como notícias falsas têm sua distribuição no Feed de Notícias reduzida.” Isso, é claro, além de desconfiar de notícias sensacionalistas (que não sejam do site Sensacionalista – Isento de verdade…), tentar verificar as suas origens e pensar duas vezes antes de compartilhá-las.