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A notícia é de ontem, mas nem todos os meus três leitores devem ter lido. E se me interessa, deve interessar a muita gente: Netflix libera download de vídeos no smartphone. Não é bom? Imagine a situação: sexta-feira, dia bonito no Rio de Janeiro, você vai passar o fim de semana escondido na serra, quer começar a assistir à terceira temporada de “Black Mirror”… E lá não tem acesso à internet, muito menos banda larga. Fácil: basta o usuário atualizar o aplicativo para Android ou iOS e baixar os episódios disponíveis.

E são muitos os episódios disponíveis. De praticamente todas as principais séries, como “Narcos”, dirigida pelo carioca José Padilha, “The Crown”, “StrangerThings” e a produção brasileira futurística “3%”. O objetivo do mais popular serviço de streaming do mundo, presente em quase 200 países, é atrair novos usuários – além de manter a sua base consolidada de assinantes. Para esses últimos, poder ver séries e filmes no transporte público ou a bordo de um avião representa “um plus a mais”; para os primeiros, àqueles que ainda não dispõem de uma conexão rápida de internet e que relutavam em acreditar que o serviço funciona, a Netflix off-line surge como importante diferencial.

Mais do que um avanço, a estratégia revela-se, de um lado, uma resposta rápida à concorrência. Dias atrás, a Amazon anunciou que vai expandir ao redor do globo terrestre seu serviço de streaming de vídeo, o Prime Video. Detalhe: a plataforma permite o download de filmes e séries desde o ano passado. De outro lado, a audiência média de séries de TV caíram 20% nos últimos 12 meses nos Estados Unidos. Mas esse é o tema de um próximo post deste blog.

Por ora, o que se pode fazer é testar o novo serviço da Netflix. Até já baixei o episódio “Queda livre” de “Black Mirror”.


Ricardo Largman, jornalista formado pela PUC-RJ em 1982, é crítico de cinema, consultor de Comunicação e assessor de Imprensa do Instituto IBMEC.