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Você é um militar? Nem eu. Nada contra. E ao contrário: neste caso, como em muitos outros, trata-se de um profissional com talentos intelectuais elevados. O “neste caso” é escrever um e-mail de forma e no tamanho corretos – especialmente num momento em que os leitores, como você, mal conseguem chegar ao segundo parágrafo de um mero post de um blog. É o que sugere Kabir Sehgal.

E o que ele recomenda? Três medidas. Primeira: usar palavras-chave no “Assunto”. “A primeira coisa que seu destinatário de e-mail vê é a linha com o seu nome e o assunto. Por isso, é crítico que o assunto indique claramente a sua finalidade”, afirma Sehgal. Segunda: militares escrevem e-mails com textos curtos e, muitas vezes, com uso de acrônimos; com eles especificam o propósito do e-mail e a ação necessária, respondendo objetivamente às perguntas quem, o quê, onde, quando e por quê. Terceira: seja econômico. De acordo com o especialista, e-mails curtos são mais eficazes do que os longos, o que leva os militares a restringir todo o seu conteúdo numa única tela (sem que haja o scroll/rolagem).

Claro, há várias outras recomendações e detalhes. Kabir Sehgal sabe o que está dizendo (ou escrevendo). É veterano da Marinha norte-americana, autor de best-sellers, ex-vice-presidente do J.P. Morgan e, não bastasse, produtor musical premiado com dois Grammy. Ele deu o seguinte exemplo do que seria um e-mail escrito “com precisão militar”:

“Assunto: Trabalho de casa

 

Shannon,

 

A partir de 1º de dezembro, vamos reduzir de três para um o número de dias em que os funcionários podem trabalhar de casa.

 

Este é um esforço para incentivar o moral da equipe e promover a colaboração de todos.

 

Todos os membros do comitê de gestão apoiaram esta decisão.”

Acrônimos à parte, that’s it, simples assim.

P.S.: obrigado pela dica, Rafa!


Ricardo Largman, jornalista formado pela PUC-RJ em 1982, é crítico de cinema, consultor de Comunicação e assessor de Imprensa do Instituto IBMEC.