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Problemas graves com aposentadorias e Previdência Social não são privilégios do Brasil. Os Estados Unidos estão no mesmo barco. Lá como cá, a população envelhece rapidamente – e preocupa com igual velocidade. Dentro do total da população economicamente ativa o percentual de norte-americanos com mais de 65 anos subirá de forma acentuada nas próximas décadas: de acordo com o recenseamento demográfico de 2014, dos atuais 19%, para 29% no ano 2060. Com isso, naquele ano, o grupo irá quase se igualar aos percentuais relativos às faixas de 25 a 44 anos e de 45 a 64 anos.
O cenário é complexo. Além dos monumentais desafios para obtenção de recursos de longo prazo, as políticas públicas dos EUA se deparam com outro – e gravíssimo – gargalo. Uma recente pesquisa desenvolvida por Ian Burn, David Neumark e Patrick Button, todos economistas, revela que os trabalhadores mais velhos experimentam evidente discriminação por idade no processo de contratação, especialmente para empregos com baixa qualificação. Paralelamente, cresce o número de barreiras para quem pretende estender sua vida profissional.
Para aferir a questão, o trio primeiro criou currículos fictícios de candidatos jovens (de 29 a 31 anos), de meia-idade (49 a 51) e mais velhos (entre 64 e 66). Em seguida, os três economistas enviaram CVs para mais de 40 mil ofertas de empregos de baixa qualificação, em 12 cidades diferentes, mas abertas à contratação de trabalhadores de todas as idades. Os anúncios incluíam cargos administrativos, secretariado, vendas e segurança.
Em todas as alternativas do levantamento a taxa de retorno foi mais elevada para os candidatos mais jovens, mais baixa para os candidatos de meia-idade e mais baixa ainda para os candidatos mais velhos – comprovando a discriminação de idade nos processos de contratação. E estamos falando aqui dos homens. Em relação às mulheres os números são ainda mais desiguais. Mas isto, mulheres e trabalho, é tema para outro post.