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Não sei como seria aqui no Brasil, mas nos Estados Unidos os jovens têm uma concepção bastante ampla e eclética do que consideram notícia. De acordo com o Data & Society Research Institute, nada menos que 44% dos entrevistados (numa amostragem composta por adolescentes e pós-adolescentes na casa dos 20 anos) afirmaram que o principal – e muitas vezes único – canal de informação é o Facebook. Pior: é a notícia que vai de encontro aos jovens americanos; eles “tropeçam” acidentalmente nas notificações que o algoritmo estabelece para as suas timelines.
“Se eu não vir nas redes sociais, não vou ouvir falar disso”, admite uma afro-americana de 17 anos. “O problema é que o Facebook mostra constantemente as coisas que você quer ver, e isso pode criar uma ‘câmara de ressonância’. Você fica restrito à sua própria opinião e, depois, não consegue compreender pessoas que tenham perspectivas diferentes da sua”, afirmou, com certa profundidade, um caucasiano de 16 anos.
Felizmente, contudo, os jovens estão cada vez mais reticentes (ou cautelosos) em compartilhar posts e tecer publicamente considerações sobre as notícias que leem nas redes sociais. Além disso, aponta o estudo, eles preferem copiar-e-colar o print da tela de um artigo para enviar a um amigo ou mesmo postar em seus perfis: melhor que o simples envio do link, a imagem já oferece uma visão geral e rápida da notícia – e ainda elimina a exibição de anúncios. A propósito, anúncios invasivos, navegabilidade em celulares e atualização periódica das notícias são fatores críticos na relação de confiança e na “conexão emocional” entre os jovens e a fonte de informação.
Outro resultado importante: boa parte dos entrevistados da pesquisa tende a confiar mais em vídeos postados por manifestantes ou participantes de um determinado evento do que na cobertura feita pelos veículos de comunicação tradicionais. “Em situações em que há uma disputa pela forma como os eventos aconteceram, o vídeo é visto como uma forma poderosa (ainda que imperfeita) de desafiar a cobertura feita por órgãos de comunicação tradicionais de eventos controversos”, conclui o relatório.