Startups: elas apostam em inovação e sabem que risco faz parte do empreendimento
As startups parecem, para muitos empreendedores, um negócio de outro mundo. Mas algumas táticas que elas usam podem servir de inspiração para qualquer empreendimento que queira se reinventar ou crescer.
O gerente executivo da ABStartups, Guilherme Junqueira, conta que o contato entre essas startups e empresas mais tradicionais começou com as gigantes da tecnologia, como Google e Microsoft. Depois, grandes negócios de outros ramos fizeram essa ponte e, hoje, pequenas e médias empresas compram soluções feitas por startups.
Para Ana Fontes, empreendedora e fundadora da Rede Mulher Empreendedora, essa aproximação ainda pode melhorar. “Ainda existem o mundo das PMEs e o mundo das startups. Há muito a ser feito nesse sentido”, afirma.
Por isso, veja seis ensinamentos das startups que seu negócio deveria adotar:
1. Arriscar em busca da inovação
Ficar de olho nessas empresas pode ser útil se seu negócio precisa de renovação. “Inovar está no DNA das startups, porque elas tentam redefinir o mercado em que estão entrando. Quando os empreendimentos crescem, não querem mais ter esse risco”, afirma Riegert.
Mas as ideias só surgem porque há a mentalidade de que errar não é pecado dentro das startups, diz Junqueira. “Você tira uma grande lição de cada um desses erros. Ele é encarado como descobrir outra maneira de não fazer algo, ou seja, chegar mais perto da forma certa”.
2. Sair do mundo da imaginação e testar seu produto
Muitas empresas continuam criando como se fazia há séculos. Elas pensam no produto, acham que ele é o melhor que pode ser criado, põem na prateleira e só depois de todo investimento vão perceber se o cliente quer ou não, explica Junqueira.
Se as startups querem criar um produto ou serviço, primeiro elas testam. Ana aconselha não ficar só nas pesquisas de opinião, porque os brasileiros costumam responder positivamente mesmo que, na prática, não comprem. Crie um mínimo produto viável (o chamado MVP), coloque no mercado e veja se ele consegue conquistar consumidores.
3. Fazer grandes projetos com um orçamento enxuto
O que fazer quando as contas apertam? Nesses momentos de crise, é preciso trabalhar com que a empresa já tem disponível, esperando, no futuro, algum investimento. Isso é justamente o que as startups fazem: criam uma solução com seus recursos e, às vezes, a ideia funciona. Para Riegert, esse é um grande aprendizado para as empresas mais tradicionais.
4. Saber escolher e manter os melhores
Um ponto importante é a gestão da equipe, tanto na parte de seleção quanto na de retenção de talentos. Nas startups, há um investimento de dinheiro e de tempo. “Na correria do dia a dia, as pequenas e médias empresas não dedicam tanto tempo ao processo seletivo. Quando você não seleciona bem, reter também fica mais difícil”, diz Ana.
Segundo Junqueira, é preciso notar a forma como os funcionários são engajados: criando uma causa e oferecendo novos desafios. “Não basta ter uma empresa que vende e lucra se ela não levar em consideração que os funcionários devem estar engajados pela filosofia da empresa e pelo que ela faz”.
5. Sempre colaborar
Outro aspecto importante é a colaboração: não só entre o próprio time, mas também com investidores e até mesmo concorrentes. Isso porque muitos donos de startups se conhecem antes mesmo de abrir a empresa, em um espaço de coworking.
“O ambiente ajuda muito no relacionamento: sem baias dividindo as pessoas, como acontece em um escritório”, afirma Junqueira. Quando o negócio é criado, o chefe trabalha ao lado dos funcionários, como herança desse modelo.
6. Divulgar e vender é prioridade
As startups costumam ter em mente que a área de comunicação é essencial para que o produto ou serviço seja vendido. Segundo Ana, muitas pequenas e médias empresas ficam envolvidas em elaborar e consideram as vendas como segunda prioridade. “Vender é a questão de existência das empresas, e as startups focam muito em trabalhar a comunicação sobre seu produto ou serviço”.