Via Revista Pequenas Empresas & Grandes

Empreender é quase um sinônimo para criar. E quem cria tem que lidar com o desconhecido

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Antes de empreender qualquer pessoa deve buscar fazer reflexões profundas sobre si e seu entorno mais próximo (Foto: shutterstock)

Momentos de crise são sempre difíceis. Mas se você é empreendedor, já deve estar acostumado. Afinal, empreender é o pior “emprego” do mundo. A crise acontece diariamente, quando você acorda. Vou vender alguma coisa hoje? Será que meus funcionários estão trabalhando direito? Vou conseguir resolver aquele problema com meu (fornecedor, contador, funcionário, etc.)? Enfim, a lista é longa e tem uma característica peculiar, ela só cresce à medida que seu negócio vai dando certo. Paradoxo, não?

Não. Empreender é quase um sinônimo para criar. E quem cria tem que lidar com o desconhecido, com a pressão para fazer dar certo algo que antes era apenas uma ideia, um conceito, uma conversa de bar. A realidade do ato de empreender é bem pouco apresentada, porque ela nem sempre é bonita, limpa e “super-mega-legal” como muita gente faz crer, especialmente em tempos de redes sociais onde dar / receber um “curtir” leva alguns segundos.

Acho que chegou o momento de começarmos a falar sobre a verdade do empreendedorismo. Para nós (empreendedores), que estamos deste lado do balcão, é quase uma obrigação alertar quem, de fato, queira se aventurar neste desconhecido mundo. Como já alertei em colunas anteriores, ninguém deve empreender porque está na modanem largar o emprego para montar algo. O foco inicial deve ser sempre o de buscar desenvolver primeiro as habilidades dos empreendedores que já são mais experientes.

Neste sentido, não acho que seja relevante a questão se empreendedores “nascem” ou “são formados”. Porém, acho que antes de empreender qualquer pessoa deve buscar fazer reflexões profundas sobre si e seu entorno mais próximo:

– Auto-conhecimento: saiba quem você realmente é. A reflexão aqui é profunda. Ignore tudo o que você ouviu falar, olhe no espelho e seja honesto consigo mesmo. O que realmente me faz feliz? Qual estilo de vida gosto de levar? O que eu realmente sei, gosto de fazer? O melhor é que você tenha ajuda de alguém aqui, seja um psicólogo, coach, mentor, melhor amigo, sua família. O importante é buscar (continuamente) a verdade sobre você mesmo. Sem isso, é impossivel ter a consciência e maturidade necessárias que qualquer empreendimento vai necessitar.

– Disponibilidade para perder: quanto (dinheiro, tempo, amizades, etc.) você estaria disposto a perder caso não houvesse forma alguma de controle ou recuperação? Qualquer um que já tenha montado um negócio sabe que não dá para prever o sucesso. No entanto, a gente consegue prever o quanto podemos perder, caso a coisa não vá tão bem assim. É aqui onde muitos empreendedores novatos se perdem. Não são honestos consigo mesmos (e seus sócios, familiares etc) no começo e se endividam ou perdem controle. Defina seus limites e opere com controle.

– Apoio incondicional dos mais próximos: você vai precisar de (muito) apoio diariamente. Muita gente vai desconfiar de você, por isso é fundamental que você se cerque de pessoas que estejam na mesma “onda”, positivas, que te aportem algo. O mundo lá fora é feroz demais para que você perca tempo com quem não te apoia (integralmente).

– Produtividade: quando você deixa de ser empregado, a primeira coisa que você se dá conta é de que se não conseguir trabalhar bem a cada minuto, a cada minuto seu negócio deixa de evoluir. Por isso é fundamental que você seja o mais produtivo possível. Leia aqui algumas dicas sobre o tema.

– Vendas: você vai vender a cada minuto. Não apenas o seu produto ou serviço, mas suas ideias para seus empregados, sua família, seus amigos. Empreendedor que tem vergonha de vender, tem vergonha de ser empreendedor. Isto não significa que você deve ser a pessoa de “vendas” da empresa. Porém você é, em grande medida, o seu negócio e se você não for o primeiro que acredita nele, quem mais deveria acreditar?

– Gente: assim como vendas, gente é a matéria-prima do seu negócio. Gente compra, dá feedback, vende, “curte” no facebook. Você tem que gostar de interagir diariamente com gente. De novo, você não precisa ser o mais extrovertido ou gostar de fazer networking, mas o seu negócio precisa de gente e disso você não tem como escapar.

Mais do que propor uma lista pronta para você ter em mente antes de empreender, acredito que é fundamental que você encare o empreendedorismo como um “caminho”, um “estilo de vida” e não apenas uma oportunidade de negócio. Negócios podem dar certo ou não, mas sua vida tem que dar certo. Quando você decide ser empreendedor, você decide ter maior controle sobre o seu destino. E isto, como diria a propaganda do cartão, não tem preço!