No dia 1º de setembro de 2016, o I Fórum IBMEC de Agronegócio, Infraestrutura, Integração e Mercado de Capitais promoveu um debate sobre o momento atual e as perspectivas de curto e médio prazos desses setores que resistem à crise profunda em que se encontra a economia brasileira. A visão de líderes empresariais e do poder público indicaram a saída para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, à luz do Mercado de Capitais. Um elenco de medidas passaram a fazer parte da agenda de curto prazo do Instituto IBMEC com o propósito de contribuir para a transformação da realidade do País. Modernos mecanismos de financiamento das atividades produtivas foram apresentados visando à integração do produtor rural com as atividades industriais e a expansão dos diferentes modais com foco na eficiência dos fatores de produção e na competitividade do setor para o qual o País nasceu vocacionado.
Apesar da crise no País dos últimos anos, o agronegócio e o comércio internacional brasileiros mantêm um crescimento sólido e contínuo. O nosso agrobusiness é considerado pelos analistas como um “oásis” em meio à desaceleração econômica, um “colecionador” de grandes números. Recordes sucessivos de produção são batidos – o crescimento da produção de grãos superior a 70% de 2003 a 2015 transformou o Brasil no principal exportador mundial de soja. Esse é apenas um exemplo ao qual se somam a expansão da pecuária, aves, suínos, citros e celulose, sejam como produtos primários, mas também industrializados. Parte desse avanço se deve a significativos investimentos em tecnologia pela iniciativa privada, além da reconhecida atuação da Embrapa em pesquisa e desenvolvimento.
Contudo, a realidade de 2016 mostra no lado da infraestrutura logística uma face diferente. São inúmeros e complexos os gargalos que destroem o valor criado na agricultura e na indústria e reduzem a competitividade dos produtos brasileiros nos mercados interno e internacional. Para projetos estruturados, o “project & corporate finance”, é o mercado de capitais quem traz a solução para a infraestrutura logística. O interesse de investidores individuais e institucionais, nacionais e estrangeiros, existe. Instituições multilaterais de crédito são igualmente parceiras para o financiamento de longo prazo, a exemplo do que já ocorre em larga escala em diferentes países. Segurança jurídica, transparência e liberdade tarifária, além de um mercado secundário para títulos e valores mobiliários, trarão de volta os investidores e, com eles, a retomada dos investimentos privados e dos empregos.